Na coluna semanal “Confissões de um Acelerador”, Frederico Lacerda, co-fundador da 21212 e responsável pela seleção e operação do programa de aceleração da 21212, compartilha lições aprendidas durante o seu dia a dia junto às startups.

Estratégia de PR: mídia para ego X mídia para negócio

Todos os empreendedores acreditam que a assessoria de imprensa é uma ferramenta essencial para alavancar suas empresas. Eles estão certos!

Aparições na imprensa trazem diversos benefícios de exposição da empresa sem a necessidade de investimento em mídia, como exposição para lançamento ou posicionamento de uma marca, exposição do produto para potenciais clientes, aumento da confiança na empresa por diferentes stakeholders e até mesmo posicionamento estratégico frente a competidores.

O problema é que a maioria dos empreendedores, principalmente aqueles que estão no início de seus negócios, acabam por confundir o verdadeiro papel da assessoria de imprensa. Isso já aconteceu algumas vezes em startups aceleradas na 21212. Vamos entender o porquê…

Todos nós temos as nossas preferências de portais online, blogs, jornais, revistas e programas de televisão com base na rotina de consumo de informação que adotamos ao longo das nossas vidas. Nossas preferências também são influenciadas pelo nosso meio social (o que nossos pais ou amigos lêem) e profissional (quais são os veículos mais reconhecidos por empreendedores da nossa rede ou pela nossa indústria). Por isso, é muito comum estabelecermos alguns desses canais como prioritários na estratégia de assessoria de imprensa (estratégia de “PR”) da nossa empresa.

Contudo, ao privilegiar canais que atingem o nosso meio social podemos acabar ignorando canais que atingem os nossos clientes. Se o seu negócio é voltado para uma profissão específica, por exemplo, qual é o real valor de investirmos tanto tempo e esforço para conseguir uma publicação em uma revista que nos traz reconhecimento social quando uma matéria em um jornal ou revista menos conhecidos, mas mais direcionados à profissão da nossa base de clientes, traria mais resultados em número de novos usuários e credibilidade?

Para evitar situações como essa, é necessário saber quem são os seus clientes e em que canais eles consomem informação. Um médico, por exemplo, pode até ler jornais com maior abrangência, como Estadão e O Globo, mas talvez dê mais atenção para produtos e serviços médicos em publicações especializadas no setor de saúde. Seguindo a mesma lógica, consumidores de idades, classes econômicas ou de geografias específicas consomem informação de diferentes formas e em diferentes canais.

É preciso deixar o ego de empreendedor de lado e começar a privilegiar canais que vão alavancar os seus negócios.