Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, desenvolveu o conceito de Inovação Disruptiva (Disruptive Innovation) como o processo no qual um produto ou serviço tem raiz inicialmente em simples aplicações na parte inferior do mercado e, em seguida, consegue uma grande ascensão, podendo eventualmente ultrapassar concorrentes até então já estabelecidos.

Não se trata de melhora, mas de transformação de um produto caro e sofisticado, de acesso limitado, em algo rentável e acessível para um público muito maior. Isso se aplica no mercado atual, no qual muitas empresas se deparam com um dilema: a busca pelo desenvolvimento de produtos ainda melhores para os seus atuais consumidores que querem algo ainda mais sofisticado e melhor, ou, através da Inovação Disruptiva, buscar novos mercados e novos consumidores através de produtos inferiores. É o que podemos chamar de democratização da tecnologia.

A teoria de Christensen teve influência no trabalho de pessoas que inspiraram e ainda inspiram o mundo da tecnologia digital, como Steve Jobs (ex-CEO da Apple) e Andy Grove (CEO da Intel). Entretanto, muitos profissionais atuantes no mercado ainda confundem o seu real significado, atribuindo erroneamente um caráter negativo ao termo. Por esse motivo, Marc Andreessen, co-fundador da Netscape Communications, recorreu ao Twitter para encerrar com toda a polêmica que envolve a definição do seu conceito. O que antes só estava acessível para estudantes da Harvard Business School, agora está disponível em 17 tweets a um click de distância (traduzidos para você abaixo):

1 / Poucos conceitos intelectuais da atualidade têm sido tão mutilados por observadores quanto a ideia de Inovação Disruptiva de Clay Christensen. Alguns pensamentos:

2 / CC: “Uma Inovação Disruptiva dá aos novos consumidores o acesso a produtos historicamente disponíveis somente para os consumidores com um monte de dinheiro ou habilidade.”

3 / CC: “Inovações Disruptivas oferecem um conjunto de diferentes atributos do produto valorizados somente em novos mercados, distantes e sem importância para o ‘mainstream’.”

4 / O atributo essencial da Inovação Disruptiva é um novo produto para um mercado anteriormente carente – geralmente mais barato do que o produto existente.

5 / Esta é inerentemente pró-consumidor: Inovação Disruptiva só funciona se os clientes comprarem – e se o fizerem, melhora de qualidade de vida vs status quo anterior.

6 / Similar, Inovação Disruptiva só é financiada por investidores que acreditam existir um mercado pouco explorado, em que os clientes irão comprar e ter seu padrão de vida melhorado.

7 / A ideia de que a Inovação Disruptiva é sobre destruição é um mito fabricado. É sobre a criação – novos produtos, novas escolhas, por mais pessoas.

8 / Depois, é claro, novos produtos muitas vezes evoluem para serem levados diretamente aos clientes já estabelecidos – mais barato e melhor para eles também!

9 / Inovação Disruptiva encolhe a desigualdade, trazendo para os consumidores de baixa renda coisas que só os consumidores mais ricos tinham acesso anteriormente.

10 / Se você está lendo isso, muitas das coisas que você possui que tornam sua vida melhor são o resultado de Inovação Disruptiva anterior.

11 / Máquina impressora interrompeu o acesso aos livros como algo destinado exclusivamente aos escribas. O mesmo serve para música gravada e shows ao vivo, além de máquinas de lavar e a dependência de empregadas domésticas.

12 / Pessoas ricas  sempre tiveram livros, música, roupas limpas, etc .; Inovação Disruptiva disponibilizou essas coisas para muito mais pessoas.

13 / Da mesma maneira, smartphones baratos são uma Inovação Disruptiva para PCs, trazendo computação e Internet para muito mais pessoas do que o status quo.

14 / Ser a favor da Inovação Disruptiva é ser a favor da escolha do consumidor, de mais pessoas sendo servidas, além da diminuição da desigualdade.

15 / Ser contra a Inovação Disruptiva é ser contra a escolha do consumidor, contra mais pessoas serem servidas, e contra a diminuição da desigualdade.

16 / Se quisermos fazer do mundo um lugar melhor e com mais igualdade – quanto mais utilizarmos o conceito de Christensen, e o quanto mais rápido for, melhor!

17 / References: http://www.claytonchristensen.com/key-concepts/ , http://www.amazon.com/Innovators-Dilemma-Revolutionary-Change-Business/dp/0062060244/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1417540336&sr=8-1&keywords=christensen+innovator%27s+dilemma …, http://www.businessweek.com/articles/2014-06-20/clayton-christensen-responds-to-new-yorker-takedown-of-disruptive-innovation …

 

Seria a democratização de conhecimento um exemplo de Inovação Disruptiva?

Referências:

http://venturebeat.com/2014/12/02/marc-andreessen-teaches-startups-what-disruption-is-really-about-in-17-tweets/

http://www.claytonchristensen.com/key-concepts/