Raro é o empresário que ama fazer contabilidade e finanças. A maioria dos criadores de startups preferem passar semanas tentando resolver um problema de produto complexo ou corrigir uma linha de código do que criar um modelo financeiro Excel, preencher impostos, planejar um orçamento, se reunir com um advogado da área tributária, ou realizar reconciliações bancárias mensais. Mas, no final das contas, um negócio tem a ver com a parte financeira. O seu sucesso e fracasso será medido pela sua capacidade de criar valor para os acionistas e gerar o maior retorno possível sobre o investimento. Para fazer isso, você deve ter um pulso forte sobre as finanças da sua empresa, se você deseja ter sucesso.

Você precisa saber exatamente em que ponto é que a sua empresa está em termos de “burn rate,” “runway,” EBITDA, margem bruta, receitas e despesas previstas e outros números importantes, tais como o custo por aquisição (CPA) e o valor do tempo de vida de um cliente (LTV). Mais importante, você deve utilizar os seus limitados recursos financeiros tão eficientemente quanto possível, para que você possa dar oxigênio suficiente à sua empresa para que ela eventualmente decole.

Você pode contratar um CFO para o ajudar a tratar de todas as questões financeiras por você, mas a maioria das startups não precisa de um CFO logo desde o Primeiro Dia, desde que tenham acesso a alguém com conhecimentos financeiros sólidos, que possa lhe ensinar o básico sobre como gerenciar o fluxo de caixa, como criar um orçamento e como criar um modelo financeiro.

No mínimo, os potenciais investidores vão querer ver que você está inquestionavelmente comprometido em utilizar responsavelmente o seu dinheiro.

Isso inclui que você implemente, desde o Day 1, os seguintes fatores:

  1. Sistema de Gestão Financeira: A implementação de uma ferramenta financeira que permite que você coloque cada transação na categoria apropriada em um Plano de Contabilidade. Ter desde o Primeiro Dia esta disciplina de acompanhar todo o dinheiro que entra e sai da sua empresa, ajudá-lo-á imensamente caso tenha de obter financiamento Series B, C, ou se a sua empresa virar pública.
  2. Balanço: Os investidores querem frequentemente ver isso para ter uma noção da saúde da sua empresa (os ativos e os passivos).
  3. Demonstração de Resultados com Projeções para pelo menos 2 anos.
  4. Modelo Financeiro com Projeções para pelo menos 2 anos.

Neste modelo financeiro, é preciso prever os primeiros 24 meses de receitas e despesas e articular a sua estratégia, história qualitativa de forma finita e quantitativa, para apresentar um quadro atrativo aos investidores e ter o profundo conhecimento da performance financeira da empresa.

Portanto, quando é que você precisa de um CFO?

Você saberá quando é o momento certo para contratar um CFO. Caso esteja naquele ponto em que você está desperdiçando muito do seu tempo tratando de questões financeiras, criando cenários financeiros e de preços no Excel, planejando orçamentos, reconciliando transações bancárias e preenchendo formulários de impostos, ao invés de trabalhar em coisas que dizem respeito ao CEO, como estratégias e o fechamento de parcerias, você estará mais que definitivamente na altura em que faz sentido contratar um CFO a tempo integral.

O que é que um CFO faz?

Os CFOs realizam uma data de tarefas essenciais, mas no seu melhor eles:

  • Ajudam-o a tomar decisões informadas à medida que o negócio cresce. Os melhores CFOs têm uma visão ampla de todo o seu negócio e podem ajudá-lo a compreender como as diferentes peças se movem e encaixam para criar um sólido histórico financeiro.

  • Ajudam-o a determinar quanto dinheiro precisa ser levantado para alcançar determinadas metas ou ter um certo runway.

  • Os CFOs ajudam você a perceber os impulsionadores importantes do seu negócio e da indústria. Um CFO pode simplificar a montanha de dados que a empresa tem em alguns pontos essenciais.

Que diferentes tipos de CFOs existem?

Um CFO pode ter uma grande variedade de background, mas geralmente podem ser classificados em três tipos:

  1. “O Contador”: Este tipo de CFO tem um curso ou certificação de contabilidade. Ele se concentra nos débitos e créditos. Este tipo de CFO pode não ser o melhor para o ajudar a definir a estratégia, mas você pode ter a certeza de que o seu relatório financeiro estará perfeito e que você estará em conformidade com os mais recentes regimes fiscais. O Contador é meticuloso e perfeito para as empresas que têm margens de lucro bruto baixa, onde é fundamental para a sobrevivência do negócio ter uma gestão forte de fluxo de caixa.
  2. “O Negociador”: O CFO “Negociador” é muitas vezes alguém que tem um MBA. Talvez tenha trabalhado em um dos bancos como Goldman Sachs ou JP Morgan ou em uma empresa de capital privado. A sua força está em fechar negócios e parcerias que podem ajudá-lo a fazer crescer o seu negócio. Se você tem uma empresa que depende fortemente do capital ou de parcerias, então este é o CFO ideal para você.
  3. “O Conselheiro”: O CFO “Conselheiro” é o melhor tipo de CFO para uma startup porque está concentrada em executar e agir. Ele tem uma ampla gama de capacidades e experiência e não tem necessariamente o tradicional background em finanças, como um MBA ou uma certificação de contabilidade. O benefício do CFO “Conselheiro” é que você pode contar com eles em contabilidade, finanças, estratégias de negócios, operações, marketing e em uma variedade de outras áreas de negócio em que você precisa de ajuda. Eles podem ajudá-lo a tomar decisões estratégicas de forma eficiente porque eles enxergam facilmente como todas as peças se encaixam.

Como mencionei anteriormente aqui, a maioria das startups não precisa de um CFO no começo, desde que tenham acesso a alguém que entenda de finanças. As startups são criaturas frágeis e precisam ter uma mão de ferro no gerenciamento financeiro e no planejamento desde o primeiro dia para que possam se manter por muito tempo.

Boa sorte e até uma próxima vez!