Um tema sempre muito intrigante quando se fala de startups e empreendedorismo é sobre as ideias. Afinal, elas são a origem de tudo, o ponto de partida. Mas qual o valor de uma ideia? Como saber se essa ideia é boa ou ruim? Ou se ela já existe ou não? Essas são algumas das várias dúvidas que nos assombram quando estamos prestes a começar um novo negócio.

É muito normal ouvir que ideias não valem nada e o que importa é a execução da ideia. Realmente é muito difícil discordar disso. E, de fato, ideias, sejam elas boas ou ruins – algo a ser analisado adiante na parte II – sem execução, não valem nada. E a melhor forma de provar isso é justamente compartilhando ideias (principalmente aquelas que julgamos serem boas).

Uma que acho uma ótima ideia: criar uma bateria de celular que carrega conforme andamos. É ou não é uma boa ideia? Todo mundo tem celular e cada vez mais, além do celular, carrega uma bateria reserva, um carregador externo… O mercado em torno disso tem crescido pra vários lados, desde diferentes tipos de carregadores, aos powerbanks (baterias externas que carregam o celular por cabo) e até quiosques pra carregar o telefone em locais públicos. Se tudo isso existe, por que não uma bateria que aumenta a carga de acordo com a quantidade de passos que damos? Seria a forma de garantir que nunca ficaremos sem carga, mesmo no meio do deserto!

Bem, eu realmente acho uma ideia matadora. Mas, sim, pode-se alegar que boas ideias de tecnologias que ainda não existem não podem ser consideradas boas, já que a tecnologia pra implementar a ideia não existe. Tudo bem, mas ideias são ideias, e muitas vezes o que não existe hoje é apenas uma questão de tempo. Quem duvida, basta dar uma pesquisada nas patentes que o Google já possui (especificamente sobre isso!).

Mas isso só serve para ideias do mundo da alta tecnologia, certo? Errado. Uma outra boa ideia compartilhada: um plano de saúde que quanto mais saudável você for menor será a mensalidade. Faz total sentido, não? Especialistas da seguradora desenham um projeto de vida saudável pra você, e quanto mais você seguir a risca o plano, menor será seu custo com ele. No meu ver é uma excelente ideia. Se funciona ou não é outra história. Apesar de não existir no Brasil, vi há algum tempo que a seguradora Prudential tem um desses na Inglaterra chamado Vitality Health. E eu que achava que essa ideia era minha… O que nos traz outro ponto a mesa: é possível ter ideias novas, realmente originais? Debate pra Parte III.

Em resumo: procurar e ter ideias constantemente é um ótimo exercício pra mente e um anabolizante para a criatividade. Quando começamos a procurar muito aparecem várias e algumas achamos que serão matadoras! Só que a notícia ruim é que grande parte dessas ideias que nos assaltam não é de fato pra nós, ou pelo menos não naquele momento. Elas ficam presas em nossa mente mas na prática não temos os meios para testá-las – o que é necessário para, quem sabe, transformá-las em grandes negócios.

Mas simplesmente gerar muitas ideias, tentar classificá-las de acordo com o que você acha que vai ou não dar certo e acompanhar os resultados no mercado (outras pessoas que podem estar levando-as adiante) é uma forma de aguçar o seu faro, de treinar a sua percepção, e assim, te ajudar a tomar melhores decisões nas próximas “boas” ideias que você tiver.

Não se crucifique por ver as “suas” “grandes ideias” dando certo por aí. Aceite que ter tido aquela ideia não foi um golpe de sorte, pelo contrário, ela caiu em você por acaso, até erradamente. Mas outras virão. Apenas esteja cada vez mais preparado!